Fito com olhos entreabertos o formato de X das curvas magnéticas, por elas passam, antes que eu pisque, pequenas rodas brincalhonas. Aquela loja não era o meu destino, mas aquele X, aquele cruzamento...
Desço dessa solidão, procuro encarar as coisas, nunca optei pelo esquecimento e não vai ser agora. Essas correntes não existem. Lembro-me da paciência com que montava o brinquedo, sem pressa, pra não faltar.
- Não faz isso
-Eu faço o melhor que sou capaz
- Desculpa essa insegurança
Como um clique, volto à tona.
Peraí, pára! Saio sem muitos reflexos da loja, desço as ruas, sempre reto, até o plano, chego ao quatro.
-Não posso te deixar escapar, não vai. Fica, não foge, você não pode ser melhor que aqui. Eu quis ter os pés nos chão, abri mão mas agora eu entendi. Eu vivia trancada. Eu preciso é lembrar de mim antes de te ter. Eu sou quem vai te libertar. Prefiro te ver pelas manhãs, juntinho, sem caber, até.
- Você é louca, Morena.
- Pára de esconder esse coração
E qualquer cômodo dali seria quente demais, cheio demais.
2 comentários:
é tão bom quando as coisas se encaminham (até na literatura)! Gostei do novo visual, assim como gostava do antigo. Que mudanças nos trarão a diferença de cores?
que falta do que dizer! (ou de vontade...)
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