sábado, 30 de agosto de 2008

Tortuosas linhas certas

Tudo que fosse dito ali pioraria a situação ou ficaria feio para quem o fez. Então, decide não dizer, descer calada, bater a porta com cuidado. O automóvel partiu sem cerimônia, fazendo pouco caso do meu ressentimento. A omissão de um só fato nos instantes que antecederam aquele momento inerte, onde os pés encontravam-se tortos de um jeito triste, poderia ter sido algo grave, já que não era a primeira vez que coisas como esta aconteciam.
Não fosse todo o sentimento acumulado tempos antes e agora muito bem firmado, não sei viu. Passado o furor do momento, refleti sobre aquele céu conformista, sobre seus motivos confusamente sabidos e pensei que seria inútil a minha incansável busca por mudança. Será diferente quando certa autonomia geral finalmente for conquistada.
Não tenho essa certeza toda mas dizem que estas afirmações são boas.
Existe uma torcida pelo melhor, o melhor que possa vir para o nós. Acredito, que em certo momento um e outro se fundam num nós, sem que deixem de ser plurais, onde uma parte não quer ser sem a outra. Numerais importam sim, mas não consigo dar muita atenção a eles nessa hora, preciso de ajuda. E com números não posso ser autodidata o que, nessa situação e aspecto, me conforta . Mesmo que para virar tudo, pretendo escolher as armas mais bonitas sempre, acredite.
A metalinguagem transborda.
Estou como nunca 'mais pequena' e, com muita alegria, me sinto um pouco cheia de graça.

Um comentário:

Gabriel Zocrato disse...

"O automóvel partiu sem cerimônia, fazendo pouco caso do meu ressentimento."
Que lindo! Tem uma fluidez muito boa no seu texto; ele não cansa, não se desvia: corre calmo e sempre.

Fico feliz pelo sentimento, que permite sorrisos apesar de qualquer coisa.