Ali o tempo é diferente,andamos no meio da rua,homens,cachorros. A casa fica no zênite,esquina com Floripes. O lugar é doce. Interesse instantâneo. Aprenda a largar os fios do destino. Eles já estão tão embolados nos meus dedos... A noite entrou valente,tomando tudo com formas que não previ, completou com luz e sombra o Azul. Flores brancas,amarelas,luzes de natal fora de época,feliz homenagem. Barba de lado a lado,olhos de falsa ressaca,inacreditável. Meio amendoim para uma longa tese interdisciplinar. Acho graça. Óculos,vírgulas,melodia. Os fios estão ocupados? Dormi tão rápido,resistindo na boca da noite um gosto de sol*. O vivido embolou na (sub)consciência, coração tão descuidado. Nada será como antes amanhã*.
*Milton Nascimento/Ronaldo Bastos
3 comentários:
você não sente e não vê, mas eu não posso deixar de dizer minha amiga...
Vejo essa "cidade luz" passando pela minha frente, tal qual uma lembrança vívida, em que não apenas o enxergar está presente, mas também o olhar. A melhor ilustração é aquela que não se vê, se sente.
"Quando vim nessa viagem (...), não era a primeira vez. Já sabia que das moitas de beira de estrada trafegam para a roupa da gente umas bolas de centenas de carrapatinhos, de dispersão rápida, picadas milmalditas e difícil catação; que a fruta mal madura da cagaiteira, comida com sol quente, tonteia como cachaça; que não valia a pena pedir nem querer tomar beijos às primas; que uma cilha bem apertada poupa dissabor na caminhada; que parar à sombra da aroeirinha é ficar com o corpo todo empipocado de coceira vermelha; que, quando um cavalo começa a parecer mais comprido, é que o arreio está saindo para trás, com o respectivo cavaleiro; e, assim, longe outras coisas. Mas muitas mais outras eu ainda tinha que aprender." ROSA
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