domingo, 17 de abril de 2011

Cidade luz

Ali o tempo é diferente,andamos no meio da rua,homens,cachorros. A casa fica no zênite,esquina com Floripes. O lugar é doce. Interesse instantâneo. Aprenda a largar os fios do destino. Eles já estão tão embolados nos meus dedos... A noite entrou valente,tomando tudo com formas que não previ, completou com luz e sombra o Azul. Flores brancas,amarelas,luzes de natal fora de época,feliz homenagem. Barba de lado a lado,olhos de falsa ressaca,inacreditável. Meio amendoim para uma longa tese interdisciplinar. Acho graça. Óculos,vírgulas,melodia. Os fios estão ocupados? Dormi tão rápido,resistindo na boca da noite um gosto de sol*. O vivido embolou na (sub)consciência, coração tão descuidado. Nada será como antes amanhã*.



*Milton Nascimento/Ronaldo Bastos

3 comentários:

gzocrato disse...

você não sente e não vê, mas eu não posso deixar de dizer minha amiga...

Luiza de Campos disse...

Vejo essa "cidade luz" passando pela minha frente, tal qual uma lembrança vívida, em que não apenas o enxergar está presente, mas também o olhar. A melhor ilustração é aquela que não se vê, se sente.

marcos assis disse...

"Quando vim nessa viagem (...), não era a primeira vez. Já sabia que das moitas de beira de estrada trafegam para a roupa da gente umas bolas de centenas de carrapatinhos, de dispersão rápida, picadas milmalditas e difícil catação; que a fruta mal madura da cagaiteira, comida com sol quente, tonteia como cachaça; que não valia a pena pedir nem querer tomar beijos às primas; que uma cilha bem apertada poupa dissabor na caminhada; que parar à sombra da aroeirinha é ficar com o corpo todo empipocado de coceira vermelha; que, quando um cavalo começa a parecer mais comprido, é que o arreio está saindo para trás, com o respectivo cavaleiro; e, assim, longe outras coisas. Mas muitas mais outras eu ainda tinha que aprender." ROSA