quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

É duro, é impotente e quase febril a possibilidade do escape do amor. Principalmente quando ele é só possível, vil e cruelmente incerto.
O amor tem sido um persistente companheiro, um belo colo, reconfortante, um palco. Amar, o verbo de ordem para qualquer que seja a ação.
O que me cabe dizer agora, depois de mergulhar fundo, me jogar com tudo - o que agradeço de um tanto por sempre fazer - é que sou outra mas o amor é aquele, talvez mais maduro, mais sólido, vívido, transformado parcialmente por processos naturais que independem de mudanças internas.
Digo sem medo que meu olhar sobre tudo é mais suave, menos prepotente e direto. Sei, ainda tenho a minha essência, um tanto drástica, mas ainda assim carinhosa.
Sou muito clara até nos meus rodeios e isso também é cheio de amor. Faço planos, muitos, é incrivelmente divertido e um tanto maternal.
Minha decisão assusta um pouco (apesar de na maior parte do tempo não me ver com muita clareza), minha dedicação e minha risada alta. É este o ponto, querer bem o que normalmente amedronta, a parte enrugada, o mau humor matutino, o orgulho, o mal entendido, a farra, a desorganização, a preguiça, a comodidade. Essas seriam as preciosas provas de que o amor é.

2 comentários:

gzocrato disse...

As vezes fico cismado de que as músicas "aleatórias" desse computador não são bem o que dizem ser. Ouvia "Carolina" enquanto lia suas reflexões.
Sabe, dia desses, voltando da casa de um amigo já tarde da noite, olhava os canteiros da avenida e travamos um diálogo muito pertinente à situação: fala-se tanto em amor platônico, mas o sentido maravilhoso dessa idéia fica escondido atrás da noção de uma ilusão, de paixão efêmera e infantil.
Para mim contaram as flores adormecidas que ele trazia como boa nova a verdadeira face desse sentimento, mais tarde minuciado por outros. O Nazareno não fazia diferente, Paulo discursou ardentemente sobre isso e, pra mim, foi Francisco quem mais belamente elucidou esse mistério:
"amar mais que ser amado, perdoar mais que ser perdoado, compreender mais que ser compreendido."
A retórica, enfim, não é necessária quando se atinge a escala real desse sentimento.
Olha, Carolina, se a vida não fizer muito sentido, não se sinta frustrada. Sente, que o sentido esta em se entregar, e deixar que o sr.destino nos devolva o que puder. O resto vem com juros, bem depois.

Grande abraço

Carolina Arantes disse...

você acaba comigo, acaba por me reconstruir sempre.
Por desfolhar-me é que não tenho fim. =]
amo você.