“Apenas seguir em frente. Primeiro, porque nenhum amor deve ser mendigado. Segundo, porque todo amor deve ser recíproco.”
C.F.A
E o ar-feitiço de Setembro não vingou. Acordou da renúncia e antes que pudesse pensar, a pergunta fez saltar todos os outros passos impessoais da última semana. Já tinha aberto a mala para começar a juntar aquele sopro verde. A angústia daquela pergunta a colocou de pé - incrível como essas desgraças são um motor, é assim que tem vivido.
Pegou o ônibus e tudo mecânico. Chegou às amoras sem perceber, naufragou no suco do almoço. Acabou traindo a sua confiança de novo, não foi. Pode ser o inferno astral, pensou. É que parecia tão tranquilo...sentiu medo, medo de ser seu exagero, trauma, neurose.
Acabou tomando o comprimido de duas vias. Sentia-se estranha, fisicamente estranha, como se alguma coisa gelada dançasse pelo seu esôfago. Lembrou-se que seu único desejo era ter as coisas límpidas. E não era muito.
Ficou grata por ter recuperado a lucidez perdida nas últimas horas - não lucidez, sei lá, seu eixo. Não queria mais se desviar, queria ter coragem de viver, mas aquela dúvida era petrificante para ela, não entendia porque era assim, tão ansiosa, controladora. Incapaz de fluidez.
Viu os trilhos do alto e não pensou em nada ou pensou em tantas coisas sem foco. Percebeu - e era tarde - que gostava do braço para trás, do vapor alcoólico que exalava, da testa franzida, do toque de suas bocas. Isso fez com que perdesse as referências - e os trilhos pareceram mais próximos. Melancólica, atinou para o tempo, a primavera já rondava a porta e tudo ficaria bem.
“Que setembro venha com bons ventos, que me traga sorte e amor, que não me deixe sofrer, por favor."
C.F.A
“Apenas seguir em frente. Primeiro, porque nenhum amor deve ser mendigado. Segundo, porque todo amor deve ser recíproco.”
C.F.A
E o ar-feitiço de Setembro não vingou. Acordou da renúncia e antes que pudesse pensar, a pergunta fez saltar todos os outros passos impessoais da última semana. Já tinha aberto a mala para começar a juntar aquele sopro verde. A angústia daquela pergunta a colocou de pé - incrível como essas desgraças são um motor, é assim que tem vivido.
Pegou o ônibus e tudo mecânico. Chegou às amoras sem perceber, naufragou no suco do almoço. Acabou traindo a sua confiança de novo, não foi. Pode ser o inferno astral, pensou. É que parecia tão tranquilo...sentiu medo, medo de ser seu exagero, trauma, neurose.
Acabou tomando o comprimido de duas vias. Sentia-se estranha, fisicamente estranha, como se alguma coisa gelada dançasse pelo seu esôfago. Lembrou-se que seu único desejo era ter as coisas límpidas. E não era muito.
Ficou grata por ter recuperado a lucidez perdida nas últimas horas - não lucidez, sei lá, seu eixo. Não queria mais se desviar, queria ter coragem de viver, mas aquela dúvida era petrificante para ela, não entendia porque era assim, tão ansiosa, controladora. Incapaz de fluidez.
Viu os trilhos do alto e não pensou em nada ou pensou em tantas coisas sem foco. Percebeu - e era tarde - que gostava do braço para trás, do vapor alcoólico que exalava, da testa franzida, do toque de suas bocas. Isso fez com que perdesse as referências - e os trilhos pareceram mais próximos. Melancólica, atinou para o tempo, a primavera já rondava a porta e tudo ficaria bem.
“Que setembro venha com bons ventos, que me traga sorte e amor, que não me deixe sofrer, por favor."
C.F.A
2 comentários:
são dois espelhos que, apesar de quebrados e longínquos, irão refletir-se por toda uma era. até mesmo nesse labirinto complicado de mordentes...
Esse eu já tinha lido... desculpe a demora, estou em dívida com suas palavras!
se soubessemos não sentiriamos da mesma forma. por isso não sabemos. para sermos.
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