domingo, 16 de setembro de 2012

Preto

cansei de rastejar, me esgueirar pelas suas vírgulas. Perdeu todos os vínculos? Perdeu? O que você sabe sobre mim? Apoio as mãos. Eu sinto balão cheio de ar, empurra as paredes, expande a borracha, pois há momentos em que a pessoa precisa morrer. É soprando que se vai. Joelhos no chão. Aliás, quer mesmo saber? saber sobre mim. O que há? O limite fraqueja, tênue segurança dele estar aqui. Abri os olhos, tateio a cama. Que será que é essa coisa vazia que não enche. Você nunca está satisfeita. E por quê? Essa paz que não dura.Tremo, plano médio. E morro, assim, na praia. Plano intermediário entre este e aquele que não alcanço. Passa o filme de você e eu, a tomada, melhores momentos. Tem sempre um chuvisco na tela. Acaba que vai minguando, essa posição de Macabéa. Tem mais (de) você aqui também. Jurei que não seria sobre você, agora é. Esse tanto de coisa que eu não sei e você nem pensa em me contar. Ela, aquele dia. Meu coração também não sentiu. Não esqueci nada daquilo. Penso,às vezes, e dói como se eu fosse o vidro espalhado no chão. A sombra do que podíamos ser e não somos. Ando mesmo com preguiça de todo mundo. Amor é erva daninha. O que tem de errado comigo? E você tem razão, eu preciso deixar. Sentir a faca na pele: é bom saber onde está a dor. Apoio, burlando o trato, em qualquer móvel, de pé, não sei usá-los. Já não quero parar.Você ir. A gente morre é pra ressurgir com mais propriedade. A verdade é que me senti 'eu', alegria de quem se lança, débil. Mas não enxergamos um ao outro, a noite alastrou fogareiro. Estou só, não resisto. Não promete o que não vai cumprir. Isso ele faz bem.
- Mas onde estão todas as cores? Misturadas, ele disse.